domingo, 25 de novembro de 2018

Morrem 10 pessoas em deslizamento de terra em Niterói

Onze foram resgatadas com vida. Seis casas foram atingidas. Acidente ocorreu no Morro da Boa Esperança, em Piratininga

 Deslizamento Morro da Boa Esperança, Niterói/Foto: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Matheus Ruas e Maria Eduarda
11/11/18
Fonte: G1.com
Dez pessoas morreram após um deslizamento atingir imóveis no Morro da Boa Esperança, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, na madrugada deste sábado (10). Até as 15h15, 11 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a lista com a identificação das vítimas deverá ser divulgada por volta das 18h.

O que se sabe até o momento 
Até o momento, 9 casas e uma pizzaria foram atingidas pelo deslizamento. Segundo os bombeiros o que atingiu os imóveis foi uma pedra que rolou devido o deslizamento. Foram resgatadas 11 pessoas com vida, sendo uma delas um bebê. Foram encontrados 11 pessoas sem vida, entre elas uma criança e duas idosas. 
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), afirmou que o local não era considerado de alto risco geológico, e que a tragédia foi causada por uma “rachadura no maciço” da encosta. “Esse fenômeno do dia de hoje não foi deslizamento de encosta. Na realidade, o que ocorreu foi uma rachadura do maciço de um ponto onde infelizmente ocorreu a tragédia.” O secretário de Defesa Civil, comandante Roberto Robadey, afirma que a cidade estava em estágio de atenção por conta das chuvas dos últimos dias. 
“Choveu muito nos últimos dois dias. Niterói estava em estágio de atenção e alerta de acordo com a área e as comunidades estavam avisadas dessa situação, com recomendação para buscarem locais seguros”, disse à GloboNews Segundo o presidente da associação de moradores do Morro da Boa Esperança, Claudio dos Santos, alguns imóveis estavam interditados, mas o prefeito nega a informação. 

Desde a noite de quarta-feira, fortes chuvas atingem o Estado do Rio | Foto: Jose Lucena / Futura Press / Estadão Conteúdo / CP

Trabalho de resgate 
Uma força-tarefa foi montada, desde as primeiras horas da manhã, para as ações de resgate às vítimas da tragédia. São cerca de 200 profissionais da Defesa Civil de Niterói, secretarias de Obras, Conservação, Assistência Social, Saúde e Companhia de Limpeza estão trabalhando de forma integrada com as equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual no socorro às vítimas. Agentes da NitTrans e da Guarda Municipal coordenam o tráfego para acesso à região. 
Uma base de apoio foi montada na Escola Municipal Francisco Portugal Neves, em Piratininga, para receber os desabrigados. A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos informou que providencia alimentação no local, além de doação de cestas básicas para as famílias que optarem por ficar com familiares e amigos.
‘Todo mundo sabia que ia acontecer’ 
Entre os mortos há uma criança, duas senhoras de mais de 60 anos, um homem de 37 e uma mulher de meia idade , segundo o Corpo de Bombeiros. Idade e sexo dos 11 resgatados ainda não foram divulgados pela corporação. 
De acordo com o Hospital Estadual Azevedo Lima há 6 pacientes internados vítimas do deslizamento. Duas são crianças (de 2 e 3 anos), uma delas em estado grave, e as demais têm entre 20 e 30 anos. 
A moradora Rosemary Caetano da Silva, que ficou ferida no deslizamento, afirma que a neta de 8 meses está nos escombros. 
“Minha neta de 8 meses está lá soterrada. Consegui tirar um neto meu que está no hospital e meus filhos estão no hospital. Tudo o que está acontecendo aí todo mundo sabia que ia acontecer. A Defesa Civil chegou a interditar as casas, falou que tomaria providência”, disse Rosemary.


A importância da adoção de animais abandonados

O projeto "Amor aos animais das comunidades" já salvou mais de mil bichos em sua trajetória

Joelson Torres e suas voluntárias na campanha de adoção na rua Marques de Abrantes/ Foto: Maria Eduarda Dusi
Maria Eduarda Dusi
dusifotografia@gmail.com
21/11/2018

Na rua Marques de Abrantes 142, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, o senhor Joelson tem uma barraquinha de campanha de adoção onde expõe os animais que ele recolhe nas principais favelas do Rio.  Ele e suas voluntárias ficam de segunda a sábado, das 10 às 19 horas expondo filhotes de cães e gatos que estão necessitando de um novo  lar. 
O idealizador do projeto recolhe os filhotes nas maiores comunidades do Rio de Janeiro, como a Rocinha, Completo do Alemão e Complexo da Maré. E de forma totalmente independente leva esses filhotes para campanhas de adoção. Além de salvar os filhotes da condição de rua, ele mesmo cuida dos ferimentos e trata de sinomose e parvovirose, que são doenças urbanas, suscetíveis a animais que são abandonados nas ruas. O trabalho do senhor Joelson só é possível graças a doações para que ele possa comprar ração e medicamentos para esses animais. 

Nessa campanha, ele tem uma média de dois adotados por dia, segundo ele, uma média boa.  E os que sobram são guardados em um local alugado, para no dia seguinte serem expostos novamente na campanha. Ele também faz questão de acompanhar os animais adotados por foto e vídeo, mantendo contato com os novos donos.
 Filhotes de cães e gatos para adoção/Foto: Maria Eduarda Dusi
Como seu principal trabalho é o recolhimento de animais, o senhor Joelson conta com a ajuda de voluntários para promover essas campanhas de adoção na rua. Estudantes de veterinária, veterinários e pessoas que se sensibilizam com a causa animal fazem o trabalho de auxílio, como cuidar de ferimentos, alimentar os cães e gatos e também administrar o procedimento de adoção. 
Carolina, 18 anos, estudante de medicina veterinária, além de voluntária, também cuida da página do projeto no instagram (@pet_adote_fl) e diz que está sendo incrível cuidar dos bichos e que não tem nada mais gratificante do que ver eles chegando do resgate e saindo com novos donos. "Todos que chegam, saem. É a melhor parte do meu trabalho aqui como voluntária. E a parte mais difícil é o laço que crio com cada um que eu cuido"

UMA AMIZADE QUE SE TRANSFORMOU EM UM PROJETO DE AMOR 
O primeiro animal que o senhor Joelson resgatou na rua foi um cachorro vira-lata, que ele batizou como Negão. A partir da grande amizade dos dois, que durou mais de 10 anos, ele encontrou sua missão de ajudar mais vidas que foram abandonadas. Além de fazer o resgate, ele também faz o trabalho de montar as campanhas de adoção e conduzir os animais resgatados até outras campanhas, em outros bairros e cidades. Seu Joelson também cuida de ferimentos e doenças, e nos casos mais graves conta com a ajuda de médicos veterinários e doações. 

"Não comprem animais, adotem, nos milhares de abrigos do Rio de Janeiro e de outras cidades e estados existem muitos animais que precisam de um lar. E eu peço para o povo vir lutar junto com a gente, cobrar e fiscalizar o diário oficial da câmara dos vereadores e cobrar as verbas destinadas para a causa animal. Vamos cobrar os direitos dos animais. Eu estou aqui todo dia lutando por eles, porque todo dia aparecem centenas precisando de ajuda." Reivindica o dono do "Amor aos animais das comunidades".

Para ajudar o Projeto Amor aos Animais das Comunidades, qualquer quantia pode ser depositada na conta do senhor Joelson Torres: Conta-Poupança 1000576-0, Agência 1414, Banco Bradesco, CPF 01166234703

Coral de alunos ensaiam para cantar com Roger Waters em show no Rio

Canção é um clássico da banda. Coro de crianças e adolescentes ensaia letra da música e apresentação há quatro meses 




Jari Amorim, maestro do projeto, rege um dos ensaios — Foto: Yasmim Restum/ G1
Matheus Ruas e Maria Eduarda
11/11/18

Fonte: G1.com
A música que é um dos maiores sucessos da banda inglesa e terá um destaque especial no show de Roger Waters, ex-baixista e um dos principais compositores do grupo, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (24).
"Another Brick in the Wall" é uma faixa do álbum The Wall. É dividida em três partes, sendo elas "Parte I", "Parte II" e "Parte III". Todas as partes foram compostas pelo baixista Roger Waters.
A Parte II da música é muito conhecida por sua frase famosa "We don't need no education..." e foi um dos maiores hits da banda, alcançando o primeiro lugar das paradas norte-americanas, inglesas e de diversos outros países. Ela é basicamente uma crítica ao rígido sistema educacional, especialmente de internatos. No Brasil, chegou a ser a segunda canção mais tocada nas rádios em 1980.
Roger Waters convidou crianças para participarem da performance da música nos shows da sua turnê em outras cidades, como Salvador e São Paulo/Foto: Stephanie Hahne/TMDQA!
A performance vai contar com a apresentação de 12 crianças e adolescentes moradores de comunidades cariocas e membros do coral do projeto EducaGente, que faz parte da Associação Beneficente São Martinho.
Os jovens são alunos do Centro de Música Jim Capaldi, em Vicente de Carvalho, Zona Norte do Rio, que fica dentro da Igreja Nossa Senhora do Carmo. Lá eles aprendem canto, cavaquinho, percussão, violão e prática de conjunto. Vários dos alunos moram em comunidades carentes da região.
Há quatro meses, o grupo – cujas idades variam entre 10 e 15 anos – ensaia para a apresentação com o acompanhamento remoto da produção do show. Para a professora de canto e técnica vocal Nai Dias, o convite foi inesperado, e a turma está contente com a chance de performar ao lado do ícone do rock.

"Tá todo mundo muito ansioso e esperando o dia chegar. A gente já vem ensaiando há quatro meses numa agitação porque é uma experiência única e uma oportunidade ímpar. Quando nós descobrimos esse convite foi uma surpresa maravilhosa e única porque é uma chance que não teríamos", diz Nai.
O maestro do projeto, Jari Amorim, contou que inicialmente a maioria dos alunos não sabia quem era Roger Waters e que os pais e avós deles deram apoio por conhecer a carreira do britânico.
“Passamos um vídeo aqui sobre o cantor e a carreira dele. Os pais conheciam e davam apoio porque são fãs. Os avós são fãs. Então, eles buscaram a partir dos pais, na internet. Poucos alunos conheciam o Roger Waters. Mas uma das mães me falou: 'Você tem certeza de que é o Roger Waters, do Pink Floyd? Não é possível!'", contou em meio a risos.




Promoções em rede de supermercado termina em confusão

A verdadeira ‘Black Friday’ brasileira começou com filas quilométricas nesta sexta-feira de manhã. 


Campanha de aniversário da rede de supermercados Guanabara que promete descontos de até 60% dos produtos leva multidão de clientes na loja de Vila Vaqueire na zona norte do Rio de Janeiro - 20/10/2017 (Luiz Gomes /Fotoarena/Folhapress) 


Matheus Ruas e Maria Eduarda
 
11/11/18 
Fonte: oglobo.com 

Black Friday’ está com nada. O verdadeiro saldão de descontos do Brasil acontece no aniversário do Supermercado Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, no mês de outubro. Para comemorar 68 anos de história, a rede promoveu dia 19  sua 25ª edição de aniversário com megaofertas que chegam a 60% de desconto em 26 lojas no estado do Rio. Apesar de os descontos durarem por mais 43 dias, a maior movimentação acontece nesta sexta. Segundo a empresa, o movimento deste ano já é 20% maior do que do que em 2017 e, comparado a um dia normal, é seis vezes maior. 
Para garantir os melhores descontos, os consumidores formaram filas quilométricas nos portões dos supermercados nesta madrugada.
Os primeiros consumidores fizeram uma verdadeira “maratona” de compras pela manhã e levaram poucos minutos para chegar ao caixa. 
“Deixei minha cunhada no caixa e fui pegando as coisas. Eu tinha produtos comprados no ano passado até o último mês”, afirmou ao Jornal Extra o eletricista Henrique Souza, de 48 anos, que foi o primeiro da fila e demorou apenas 16 minutos para finalizar as compras. 
Como nas outras edições, as pessoas literalmente correm para conseguirem os melhores negócios. 
Nestas corridas, no entanto, algumas pessoas acabam se desequilibrando e caindo. Em uma das aberturas das lojas pela manhã, alguns consumidores se desequilibraram e caíram. Os seguranças tiveram que intervir para eles não acabarem sendo pisoteados pela multidão. Imprevistos à parte, o aniversário está correndo com tranquilidade e os preços parecem valer as enormes filas e tumulto dentro das lojas.
Nas redes sociais, já é tradição coletar os “melhores momentos” das edições anteriores e compartilhar memes do aniversário.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Em 2017, mais brasileiros foram ao Louvre, em Paris, do que ao Museu Nacional

Pesquisa comprova que Brasileiros dão mais importância para cultura européia


Louvre teve 8,1 milhões de visitantes em 2017
Foto: Isogood
Matheus Ruas
 Maria Eduarda Duzi
data: 03/09/2018

O Museu Nacional registrou 192 mil visitantes em 2017, segundo informou a assessoria de imprensa da instituição à BBC News Brasil.
No mesmo período, 289 mil brasileiros passaram pelo Louvre, em Paris, na França, uma das principais instituições de arte do mundo, segundo registros do próprio museu.
O número de brasileiros que visitaram o museu francês é 50,5% superior à visitação total da instituição brasileira.
Carolina Medeiros, ex estagiária do Museu Nacional, diz: “O Museu Nacional por ser um acervo fixo não tem novidades o tempo todo ou exposições temporárias com grandes nomes, e por isso não era muito frequentado durante o ano...a predominância sempre foi de colégios de ensino fundamental e essas crianças que conheciam o museu poucas vezes retornavam. As pessoas que já conheciam o museu poucas vezes voltavam. Muitas pessoas sequer tinham conhecimento sobre o museu e seu acervo histórico, havia pouco estímulo da comunicação do museu, que por falta de verbas não investia em chamadas e eventos para atrair o público”
foto

O Louvre teve um aumento de 82% do número de visitantes do Brasil no ano passado em relação a 2016. Foi o segundo maior crescimento de público de um determinado país - os russos lideram com 92%.
Os brasileiros foram a terceira nacionalidade que mais visitou a instituição, atrás apenas de americanos e chineses.
Representaram 3,5% dos 8,1 milhões de visitantes do Louvre em 2017.

Esse número poderia ser triplicado por meio de incentivos a visitações de escolas e universidades, mais divulgação e uma programação de eventos. Durante a Copa e a Olimpíada, quase não ouvimos falar dele. 

Em meio aos preparativos para o 200º aniversário da instituição, comemorado em junho, o paleontólogo Alexander Kellner, então recém-empossado como seu diretor, disse que tinha a meta de elevar o número de visitantes para 1 milhão até o fim do seu mandato, em 2021.

Uma forma de fazer isso e compensar a falta de verbas, de acordo com Kellner, seria firmar parcerias com empresas.

Um contrato de patrocínio do BNDES de R$ 21,7 milhões havia sido fechado há três meses e seria usado na restauração do prédio histórico.

“Passaremos o ano inteiro procurando investimentos que nos permitam melhorar as exposições”, disse Kellner em entrevista ao jornal O Globo em fevereiro.


Museu Nacional foi fundado em 6 de agosto de 1818 por Dom João
Foto: Routers/bbcnews
































O que os candidatos falaram sobre o incêndio no Museu Nacional

A repercursão nas redes sociais dos candidatos à presidência do Brasil


Matheus Ruas
Maria Eduarda Duzi
data: 03/09/2018

Depois do incêndio que destruiu um dos maiores e mais importantes museus de todo o país, a maioria dos presidenciáveis e governantes atuais publicaram nas redes sociais declarações lamentando a catástrofe e lembrando a importância do museu para a história. Alguns aproveitaram o fato para atacar adversários. Outros para levantar a bandeira em defesa do patrimônio histórico e para pedir voto indiretamente. A instituição completou 200 anos em 2018, tinha um acervo de 20 milhões de itens e sofria com falta de reformas e enfrentava problemas de orçamento.

Veja abaixo a repercussão nas redes sociais dos candidatos à presidência:

Declaração de Fernando Haddad no Twitter
“Fernando Haddad (PT) lamentou o descaso com o patrimônio histórico. “Instituto Butantã, Museu da Língua Portuguesa, Escola de Artes e Ofícios, Museu do Ipiranga e, agora, o Museu Nacional. Lamentável o descaso com o patrimônio histórico.”










Depoimento de Ciro Gomes em uma postagem no Twitter
O candidato do PDT, Ciro Gomes, também se manifestou:



“O Brasil está com um problema muito grave e muito sério. O incêndio do Museu Nacional é a manifestação trágica e aguda desse fenômeno.”



















Depoimento de Geraldo Alckmin no Twitter

Geraldo Alckmin (PSDB), disse: “Diante da perda irreparável do maior acervo museológico brasileiro, devemos resgatar o compromisso de zelar permanentemente, com consciência e investimento, pela preservação do patrimônio e da memória do país.”











Declaração de João Amoedo no Twitter


João Amoêdo (Novo), disse: “Precisamos nos envolver na política para fazer a diferença e evitar situações lamentáveis como essa”.






Declaração de Marina Silva no Twitter







Marina Silva (REDE), disse: “Infelizmente, dado o estado de penúria financeira da UFRJ e das demais universidades públicas nos últimos três anos, esta era uma tragédia anunciada.”













Declaração de Guilherme Boulos no Twitter



Guilherme Boulos (PSOL), disse: “Muito triste o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, atingindo 20 milhões de itens da nossa história. Os cortes criminosos de Temer em recursos estão condenando nosso futuro e destruindo nosso passado.”








Declaração de Michel Temer no Twitter



Michel Temer, presidente da República.

“Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros”.








Veja abaixo também, o que os atuais governantes falaram sobre o incêndio:


Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro

“É um dia de profunda tristeza para todos nós brasileiros. Difícil expressar tamanha perda de construção e acervo de valores inestimáveis. Perdemos uma referência do país. Perdem o patrimônio histórico mundial, a cultura, a ciência, a educação. Perdem os brasileiros e o mundo. Manifesto a minha solidariedade aos funcionários do museu”.

Marcelo Crivella, prefeito do Rio:
“Trágico incidente que destruiu um palácio marcante da nossa história. É um dever nacional reconstruí-lo das cinzas, recompor cada detalhe eternizado em pinturas e fotos e ainda que não seja o original continuará a ser para sempre a lembrança da família imperial que nos deu a independência, o império, a primeira constituição e a unidade nacional”.

Quem não comentou:

Jair Bolsonaro (PSL), Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo (Patriota) – que é sargento licenciado do Corpo de Bombeiros do Rio – não se manifestaram sobre o incêndio em suas redes sociais.













Entenda o que é a PEC 241 (ou 55) e como ela pode afetar sua vida

Com o objetivo de congelar gastos públicos e contornar a crise econômica, proposta divide especialistas

Presidente Michel Temer no congresso nacional
Foto: Beto Barata

Matheus Ruas
 Maria Eduarda Duzi
data: 03/09/2018
fonte: https://www.folha.uol.com.br/


A Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram a proposta de emenda constitucional que cria uma teto para os gastos públicos, a PEC 241 ou PEC 55, dependendo da Casa legislativa, que congela as despesas do Governo Federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas públicas e tentar superar a crise econômica. O mecanismo enfrenta severas críticas da nova oposição, liderada pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, mas também vindas de parte dos especialistas, que veem na fórmula um freio no investimento em saúde e educação previstos na Constituição. O texto da emenda, que agora será incorporado à Constituição, também tem potencial para afetar a regra de reajuste do salário mínimo oficial. Veja como foi a votação nesta terça aqui. Entenda o que é a emenda e suas principais consequências.

A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.

Por que o Governo diz que ela é necessária?
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que “não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal.” Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar “a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda” ao mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.

O que dizem os críticos da PEC?
Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. “Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação”, diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. “Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o que quer gastar”, complementa. Há vários especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.

Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e saúde?
Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais, esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. “A população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população economicamente ativa daqui vinte anos, a terem uma baixa qualificação”, disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site Anped, que reúne especialistas em educação.
Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e segurança, é a qualidade desses gastos. “Dados da educação e da saúde hoje mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população”, disse. “Teremos muito trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar”, afirmou a líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).

A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?
A população mais pobre, que depende do sistema público de saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde, utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário mínimo só poderá ser feito com base na inflação - e não pela fórmula antiga que somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.
Por que a Procuradoria Geral da República diz que é inconstitucional?
Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo com o documento, “as alterações por ela pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça [...] e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu arquivamento”. A crítica vem pela criação de regras de gastos para os demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá prejudicar a “atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação na tutela coletiva; e a defesa do interesse público”. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não existe “qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao princípio da separação dos poderes”.

O que vem depois da PEC?
A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer, que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Como afetou o Museu Nacional
Trata-se de tragédia anunciada, em um governo que aprova a PEC do teto de gastos, que cortou mais de 60% do orçamento de manutenção nas universidades públicas, que eliminou qualquer investimento em educação, ciência e cultura. O Museu Nacional em chamas é o símbolo da dilapidação do país, de seu patrimônio, memória, e inteligência. Não é fato isolado. A destruição do Museu Nacional é expressão de um projeto orientado para a destruição do Brasil, que se reflete na precarização dos serviços públicos, da explosão do desemprego e da fome, da volta de doenças já erradicadas, da explosão do desemprego e da violência. As chamas são uma trágica evocação das consequências sombrias do golpe para o futuro do Brasil.

Corte de investimento do museu
O Museu Nacional, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, foi atingido por um incêndio de grandes proporções na noite do último domingo (2). A instituição federal, que é gerida pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), era o museu mais antigo do país e contava com o maior acervo de história natural e arqueológica da América Latina.
Desde 2016, o orçamento sofreu uma série de cortes e caiu de R$ 415 mil para R$ 54 mil neste ano, o que acarretou, inclusive, no fechamento da visitação à unidade por conta da ausência de funcionários da limpeza. O prédio estava afetado por cupins e com diversos problemas na parte elétrica.
Para Maria Cristina Bruno, ex-diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (Universidade de São Paulo) e professora da universidade, o corte nos repasses, aliado à aprovação da PEC 95, que limitou o teto de gastos do governo federal, foram vitais para a redução do orçamento do Museu.
“Isso afetou diretamente, e em especial, o Museu Nacional, porque tinha uma expectativa que isso não lhe atingisse, mas atingiu concretamente. Ele teve uma diminuição orçamentária – que agora está nos jornais, mas nós já sabíamos – de forma inacreditável. Há pouco tempo ele teve que fechar em algumas oportunidades por falta de contratação do pessoal de limpeza, por exemplo”, disse a professora.
Sofrendo de corte orçamentário desde 2014, o Museu Nacional teve seu orçamento diminuído em 35% até 2017 e entra agora para a lista de museus e instituições de ensino e pesquisa que foram destruídos por falta de manutenção. Como o Museus na Língua Portuguesa em 2015, a Cinemateca Brasileira em 2016 e o Museu do Ipiranga que está fechado há 5 anos para manutenção.


Manifestação contra a Pec 241
Foto: agenciabrasil.com.br